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Saúde 4.0.: Repensar o conceito de saúde nas organizações é o primeiro passo
A saúde 4.0. vai além do controle do custo com saúde nas empresas e envolve a quebra de paradigmas e a mudança de cultura dentro das organizações. Confira a matéria completa abaixo.

O conceito de Saúde 4.0 vem se consolidando em paralelo à transformação digital que se estabelece no mundo. Para entendê-lo melhor, é importante fazer um paralelo com o conceito de indústria 4.0.: nele, engloba-se as principais inovações tecnológicas do setor industrial voltadas para automação, eficiência e tecnologia da informação. Alguns exemplos são os sistemas ciber-físicos, IoT, Big Data, entre outros. Adaptando-se o conceito para a saúde, surge a ideia de Saúde 4.0. Ela consiste em inovação e otimização contínua de recursos para melhorar a saúde das pessoas. Nesse conceito, há uma leve mudança de protagonista: sai o médico e entra a pessoa no centro das atenções.
De acordo com os dados de uma pesquisa feita em Stanford University, a saúde de uma pessoa é determinada pelos seus hábitos de vida (53%), seguidos por meio ambiente (20%), genética (17%) e, por último, assistência médica (10%). Por isso, a saúde 4.0 vem com um pensamento novo, em que cada indivíduo é responsável por sua própria saúde. “Não é o médico, prestadora, operadora ou plano de saúde que garante a saúde de alguém, mas sim como esse alguém se comporta e gerencia seu estilo de vida” – diz Andrea Huggard, da ABRH-Brasil.
Apesar de se ter o estilo de vida como principal fator determinante da saúde de um indivíduo, é comum ver que, em algumas empresas, estratégias de prevenção de doenças e promoção da saúde ainda não estão entre as prioridades. A saúde 4.0. encontra barreiras para que o conceito se estabeleça com força entre as organizações por uma série de fatores, principalmente culturais.
Atualmente, as empresas são responsáveis por 70% dos custos da saúde privada. Claramente, a tendência natural do RH é focar na dor imediata, ou seja, o custo que isso traz. Hoje, existem tecnologias em constante desenvolvido e prontas para apoiar esse gerenciamento. O que é necessário, agora, é mostrar que a saúde 4.0. vai além disso: e empoderar o indivíduo a ser o protagonista de seus cuidados e a adotar um novo estilo de vida.
A mudança de cultura precisa estar disseminada em toda parte. Por exemplo: empresas que estimulam a adoção de melhores hábitos alimentares a seus colaboradores, precisam disponibilizar alimentos ou refeitórios que possibilitem a manutenção desses hábitos. Outro ponto, ainda mais importante, é adotar estratégias desenhadas para os problemas específicos da organização, menos genéricas. A tecnologia pode apoiar, e muito, essas estratégias e principalmente o engajamento dos colaboradores. Hoje, as pessoas estão mais adeptas aos aplicativos que monitoram suas atividades físicas ou que ajudam a somar calorias em alimentos, por exemplo. Beber água, ficou mais fácil com os aplicativos de lembretes. Consultas e exames podem ser agendados com simples mensagens de Whatsapp.
O que importa, na verdade, é que as empresas tenham uma visão mais ampla do real problema que enfrentam, que não se resume aos altos custos do plano de saúde. A solução envolve a quebra de paradigmas e uma mudança cultural profunda, aliada às ações estratégicas específicas de promoção e prevenção em saúde. Tudo precisa funcionar como uma grande engrenagem para resultados compensadores, que são percebidos em médio e longo prazo.
Referência: “As pessoas no centro” – Revista Melhor – Gestão de Pessoas. Ano 26, nº369, Set/2018.